Aids na capital dispara entre homens jovens
Número de homens com a doença na faixa etária entre 20 e 24 anos quase dobrou em dez anos
A evolução do vírus HIV teve queda na cidade de São Paulo em dez anos, de 2006 a 2015, segundo pesquisa divulgada esta semana pela Secretaria Municipal da Saúde. Entretanto, a quantidade de homens infectados entre 20 e 24 anos teve uma alta preocupante, de 98,6%, no mesmo período.
Segundo os dados, em 2006 havia uma média de 22,8 homens convivendo com o vírus nessa faixa etária para cada 100 mil habitantes. No ano passado, esse número saltou para 45,3 jovens diagnosticados na mesma proporção.
“Essa geração não conheceu a epidemia da doença que levou muitas vidas nas décadas de 1980 e 1990. Nasceu sabendo que há medicamentos que amenizam o problema. Daí, relaxa e não usa camisinha”, diz a infectologista Eliana Gutierrez, coordenadora do Programa Municipal de DST/ Aids.
Ana Lúcia Spiassi, coordenadora de Prevenção do programa, alerta para as consequências da doença. Apesar dos avanços nos medicamentos, a Aids é uma doença crônica que precisa de cuidados diários até o fim da vida. “Os remédios causam efeitos colaterais, como diarreia, tontura e até vômitos”, afirma Ana Lúcia.
As especialistas dizem que o aumento dos casos é maior entre homens que têm relacionamento homossexual sem proteção.
Apesar da preocupação, no geral, entre homens, a grande maioria das outras faixas etárias registraram queda de infectados no período.
Em relação às mulheres, também houve queda. Em 2006, a média era de 20,9 infectados para cada 100 mil habitantes. Em 2015, 9,35.
O total de novos casos registrados teve queda de 31% no período: foram notifica- dos 3.027 novos casos de Aids em São Paulo há dez anos, ante 2.084 no ano passado.