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Matsunaga sentiu dor ao ter a cabeça cortada, diz perito

Médico legista afirma que executivo da Yoki havia sido baleado, mas ainda estava vivo quando foi degolado

- (William Cardoso)

O médico legista Jorge Pereira de Oliveira afirmou ontem, no terceiro dia de júri no Fórum Mario Magalhães, na Barra Funda (zona oeste), que o executivo Marcos Kitano Matsunaga foi decapitado enquanto estava vivo e que morreu asfixiado pelo próprio sangue. A ré confessa do crime é a mulher da vítima, Elize Araújo Kitano Matsunaga, 35 anos.

“Se ele (Marcos) não estivesse respirando, o sangue não chegaria ao pulmão”, disse. “O sangue nas vias aéreas era por secção (corte), não por causa do tiro (na cabeça)”, completou. Segundo o legista, só os movimentos de inspiração e respiração fariam o espaço destinado ao ar ser ocupado por outra substância (no caso, o sangue). “Houve sofrimento respiratór­io”, diz. Ele não soube dizer, entretanto, se Marcos poderia reagir à dor.

O legista diz que havia reação vital tanto no corte feito no pescoço quanto naqueles nos membros superiores (braços). A reação vital foi comprovada, segundo ele, porque houve extravasa- mento do sangue, diferente do que aconteceu nos cortes feitos na altura da cintura e dos joelhos (quando Marcos já estava morto, disse).

Em ambos os casos poderia ter sido usada uma faca.

O legista não soube precisar por quanto tempo Marcos sobreviveu após o tiro, que, segundo ele, foi dado de cima para baixo, da esquerda para a direita. Para ele, o tiro dado com a pistola 380 na têmpora esquerda contribuiu para a morte, mas não foi o fator determinan­te. “Foi a menos de 50 cm”, afirmou.

Pela cueca da vítima, Oliveira desconfiou que se tratava do corpo de uma pessoa rica e que o caso teria repercussã­o. “Era uma veste de grife. A gente suspeitava que esse corpo fosse de alguém de relevância social. Isso deu a garantia de que alguém logo, logo viria procurar.”

Polêmica

A defesa tentou desqualifi­car o trabalho de Oliveira, apontando falta de equipament­os no IML de Cotia (Grande SP) e ausência de exames como o de sangue, por exemplo.

A defesa apontou, também, a existência de uma exumação que comprovari­a que Marcos estava morto quando teve a cabeça cortada.

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Reprodução/TV Globo

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