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Alta nos gastos com saúde é o dobro da inflação do país

O custo do convênio médico fechou 2016 com elevação média de 13,55%; inflação oficial foi de 6,29%

- (Clayton Castelani)

O gasto dos brasileiro­s com serviços particular­es de saúde, como consultas médicas e exames, subiu 11,36% em 2016. Os planos de saúde tiveram aumento de 13,55%, mais do que o dobro da inflação oficial de 6,29%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (instituto de pesquisas do governo).

Parte da explicação para os reajustes está na inclusão constante de novas tecnologia­s para a realização de diagnóstic­os e instalaçõe­s de próteses. Como em outros setores da economia, novos produtos e serviços chegam ao mercado com preços altos, pois não têm concorrent­es.

Quanto aos planos de saú- de, o valor do serviço é ainda afetado pelo mau uso do sistema —sobrecarre­gado com a realização de exames e procedimen­tos caros e, eventualme­nte, desnecessá­rios— e fraudes contra as operadoras por meio do superfatur­amento nas cobranças pelo fornecimen­to de materiais utilizados em diversos tipos de procedimen­to.

Para a FenaSaúde (federação das operadoras de saúde), além de elevar os custos, essas práticas colocam em risco o próprio sistema de planos de saúde.

Em 2016, devido à crise do país e o consequent­e aumento do desemprego, as empresas de planos médicos ainda tiveram de lidar com a perda de 1,5 milhão de clientes. A redução da quantidade de pessoas pagando pelos serviços também pode influencia­r os valores das mensalidad­es.

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