Sobe para três números de mortos por temporal em SP
Chuva de sexta-feira derrubou muro sobre mulher, afogou idosa dentro de sua casa e arrastou motociclista
O temporal que atingiu a capital entre o fim da tarde e o início da noite de anteontem deixou mais dois mortos. Até ontem, os bombeiros haviam registrado só uma vítima fatal com a chuva.
Todas as mortes ocorreram no Sacomã (zona sul).
Uma das novas vítimas é a aposentada Honorina Carlos de Souza, 84 anos, que se afogou quando a casa ficou alagada, na rua Nossa Senhora das Mercês. Ela tinha alzheimer e estava deitada na cama na hora da chuva.
Segundo vizinhos e parentes, por volta das 17h40, um muro (que dividia o conjunto de casas e uma praça pública ao lado) se rompeu, fazendo com que a água entrasse com força e ficasse a 1,60 m de altura nas residências.
A aposentada, que morava com o genro e a filha, estava em casa com sua cuidadora e a filha dela, de 10 meses de idade. O genro da idosa correu para a casa e conseguiu salvar a cuidadora e a bebê —os três ficaram em cima de um muro. Mas ele não conseguiu tirar a aposentada da casa. Quando a água baixou, duas horas depois, o corpo da vítima foi encontrado.
Às 17h45, a 650 m dali, também na rua Nossa Senhora das Mercês, a doméstica Luciana Severina Correia, 45 anos, foi atingida pela queda de um muro de arrimo de um terreno —o muro pressionou seu corpo contra um carro estacionado. Ela caminhava para buscar sua filha de sete anos na escola. Esta morte havia sido a única registrada pelo Corpo de Bombeiros até anteontem.
Enxurrada
A última morte foi a Renato Domingues Silveira Lima, 33 anos, que andava moto pela rua Vergueiro quando caiu e foi arrastado pela enxurrada por cerca de 600 m até se enroscar na roda de um ônibus. Ele foi resgatado e levado para dentro do coletivo. Uma médica que estava em outro ônibus e um enfermeiro que passava pelo local não conseguiram reanimá-lo.
Com os novos casos, sobe para cinco o número de mortos pelos temporais na capital no verão.