Após sair da prisão, Bruno diz que pagou caro por erros
Goleiro condenado pela morte de Eliza Samudio diz que vai recomeçar vida e que quer voltar ao futebol
Poucas horas após deixar a prisão, beneficiado por liminar do STF (Supremo Tribunal Federal), o goleiro Bruno Fernandes, condenado por matar em 2010 a ex-namorada Eliza Samudio, afirmou na madrugada de ontem que pagou pelos erros e que vai recomeçar sua vida. A entrevista foi mostrada pelo “MG TV”, jornal local da TV Globo em Belo Horizonte, às 12h.
“Vou recomeçar. Independente do tempo que eu fiquei preso. Se eu ficasse lá, (se) tivesse prisão perpétua, por exemplo, no Brasil, não ia trazer ela (Samudio) de volta”, afirmou.
“Paguei pelos meus erros. Paguei caro, não foi fácil. Eu não apagaria nada, porque por mais que eu não tivesse amigos verdadeiros, por mais que eu não tivesse passado por certas situações (estando dentro do presídio), eu talvez não daria tanto valor à vida hoje”, disse Bruno.
“Eu quero deixar bem claro que vou recomeçar. Não importa se seja no futebol, não importa se seja em outra área profissional. Mas como eu vou estar na área do futebol, é o que eu almejo para mim”, afirmou o goleiro..
Bruno cumpriu seis anos e sete meses dos 22 anos e três meses de prisão a que foi condenado por assassinato e ocultação de cadáver de Samudio e também por sequestro e cárcere privado do filho que os dois tiveram.
Ele deixou a Apac (Associação de Proteção e Assistência aos Condenados) de Santa Luzia (MG), na região metropolitana da capital mineira, na noite de anteontem, após determinação do ministro Marco Aurélio Mello, em decisão liminar (provisória).
Ao Supremo, os advogados argumentaram que já havia se passado mais de três anos desde o julgamento de Bruno, e a apelação ainda não tinha sido analisada por instância superior. Eles ainda observaram que ele é réu primário, com bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita e, com isso, pediram a revogação da prisão. Agora, o goleiro poderá ficar em liberdade enquanto o recurso contra sua condenação não é julgado.