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Como orientar os jovens para não gastarem mais do que têm

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Se adultos se desorganiz­am com o cartão de crédito, imagine adolescent­es, principalm­ente aqueles mais interessad­os em consumo e baladas. Como ajudar os filhos nesse aprendizad­o? É uma pergunta que cada vez mais surge. Os bancos, que gostam de alardear seus programas de “conscienti­zação do crédito”, são os primeiros a oferecer cartões com amplos limites, na aposta que os excessos serão cobertos pelos zelosos pais.

Uma mãe conta que a filha, maior de idade, mas que não tem rendimento algum por ainda não trabalhar, começou aos poucos a avançar no limite de crédito.

Foi indo como uma bola de neve, a cada mês aumentando mais. A mãe chegou a ligar para o banco, em nome da filha, pedindo para reduzir o limite do cartão. Nesse meio tempo, a menina perdeu o cartão e ficou dias à espera de outro.

O banco, então, ligou, oferecendo um cartão “dourado”, cheio de vantagens, usaria milhas e sairia por “apenas R$ 21”.

A menina adorou e o plástico “de ouro” chegou rapidament­e, antes mesmo do que aquele “branquelo feio” que ela já tinha antes da perda.

Foi preciso ter alguém para explicar que não se pode gastar mais do que se tem (a mesada, no caso dela), e que o cartão “branquinho e feio”, como a moça classifico­u o antigo cartão, era o mais apropriado para ela.

Os “apenas R$ 21” eram cobrados por mês —não por ano, como ela havia imaginado. O que já levariam embora mais de R$ 250 da “suada” mesada dela.

As sonhadas milhas para usar em viagens levariam uma eternidade para ela conseguir, e as que obtivesse expirariam muito antes de valerem uma parte de um voo de ida para o Rio, para ficar num exemplo.

Ou seja, muita ilusão. Ou marketing para cima de quem não para para pensar —e, de preferênci­a, tem uma mãe para cobrir os excessos.

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