Goleiros de aluguel
Arqueiros utilizam aplicativo para buscar peladas e manter uma atividade física durante suas férias
Enquanto os clubes grandes do país reclamam do excesso de jogos, os pequenos muitas vezes sofrem com a escassez de partidas no segundo semestre do ano. Além do prejuízo financeiro, o condicionamento físico dos atletas acaba prejudicado. Pelo menos os goleiros, agora, encontraram uma opção para se manterem na ativa.
Com um sistema semelhante ao do Uber, aplicativo para viagens de carro, uma empresa de Curitiba lançou o Goleiros de Aluguel, também um aplicativo, mas para encontrar arqueiros disponíveis para as tradicionais peladas.
Ainda que o objetivo da empresa não seja atrair profissionais (veja abaixo), alguns jogadores, como Victor Souza, do Tombense, se interessaram pela novidade.
Vítima do problemático calendário do futebol brasileiro, o goleiro entrou de férias em setembro do ano passado, quando acabou a participação da equipe mineira na Série D do Brasileirão.
“Nosso último jogo foi contra a Portuguesa, no dia 18 de setembro, e o Tombense acabou não se classificando para o mata-mata. No dia seguinte, a gente ganhou férias. Eu fui para São Paulo e já me cadastrei, no mesmo dia teve convocação”, diz ao Agora o arqueiro, que fez 36 partidas num período de 70 dias até a pré-temporada.
Além de manter atividade física, Victor, de 24 anos, ganhou dinheiro. Afinal, os goleiros são remunerados pelas peladas disputadas.
Cada contratante tem três opções de valores: R$ 30 por 60 minutos, R$ 45 por 90 minutos e R$ 60 por 120 minutos. Os goleiros ficam com 60% desses valores (R$ 18, R$ 27 e R$ 36) e os 40% vão para a empresa curitibana.
Preparo físico
Para Victor, no entanto, o dinheiro era secundário. Ele usava a grana mais para pagar a gasolina e o estacionamento que gastava quando tinha de ir aos jogos.
O que ele gostou mesmo foi de se manter ativo, fato que contribuiu bastante quando ele regressou a Minas para a pré-temporada.
“Essas foram as primeiras férias em que joguei. Eu me senti em temporada, quando eu voltei ao Tombense, era o goleiro que sentia menos dor por ser início de ano”, disse o camisa 1, que só tinha um cuidado especial quando disputava as peladas.
“Nas divididas, eu me protegia. Eu sou goleiro profissional, se eu me machucar, vai ser ruim para mim”, explicou Victor.