Crise faz inadimplência do IPTU aumentar na capital
Valores em atraso cresceram 52% entre 2014 e o ano passado, segundo dados da prefeitura
Os contribuintes estão atrasando mais o pagamento do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em São Paulo. Segundo a gestão João Doria (PSDB), o valor em atraso cresceu 52% entre 2014 e o ano passado. O motivo, afirma a Secretaria Municipal das Finanças, é a crise e o desemprego.
Dados da administração mostram que, em 2014, quando a crise começou, a prefeitura deixou de arrecadar R$ 605 milhões por causa da inadimplência (veja quadro). Isso representava 10,2% do que foi arrecadado. No ano passado, o valor em atraso chegou a R$ 919 milhões, o que representa 12,1% do que entrou nos cofres da prefeitura. O IPTU é o principal imposto da administração municipal.
A prefeitura ainda não tem dados dos atrasos deste ano. Segundo a secretaria, a pre- visão de arrecadação deste ano é de R$ 8,2 bilhões. Até agora, já foram arrecadados R$ 3,1 bilhões. Quem atrasa o imposto entra na dívida ativa do município e pode ser cobrado judicialmente.
Negociação
A partir do momento em que entra no Cadin (Cadastro Informativo Municipal), os contribuintes podem negociar os valores com a prefeitura. A economista e professora do Insper, Juliana Inhasz, dá dicas de como fazer para não pagar juros e multas abusivos. “O ideal é não fazer empréstimo bancário para pagar essa conta. Geralmente, os bancos cobram ainda maiores do que o contribuinte vai pagar pelo atraso”, diz a economista.
O ideal, afirma, é tentar cortar consumos excessivos, pagar contas de serviços, como água e energia, e o aluguel e algum financiamento e separar uma quantia para os impostos do município. “Se for para a dívida ativa, guarde um dinheiro, que o desconto pode ser bem favorável.”