Sem apoio, Trump de votar reforma na saúde
Lei que substituiria Obamacare não tem os votos necessários dentro do partido do presidente dos EUA
Washington Mesmo após intensa mobilização, o governo Donald Trump e a liderança republicana não conseguiram o apoio que precisavam na Câmara para aprovar a proposta de substituição do Obamacare e retiraram da pauta o texto, que deveria ser votado ontem.
Obamacare é como é conhecida a reforma de saúde aprovada na gestão Barack Obama que estabelece regras para planos de saúde e oferece subsídios para quem contrata. O país não tem sis- tema público. Acabar com o programa é promessa de campanha de Trump.
Os republicanos só poderiam ter 22 deserções entre os 237 deputados partidos.
No início da tarde de ontem, o presidente da Câmara e autor do projeto da chamada Lei de Saúde Americana, batizada de Trumpcare, Paul Ryan, foi até a Casa Branca para avisar o presidente que não tinha conseguido os votos para a aprovação.
Segundo a imprensa dos EUA, Trump teria pedido que a proposta então não fosse submetida a votação.
Trump atendeu a ala mais conservadora da legenda, aceitando acabar com as exigências de que os planos de saúde ofereçam uma série de coberturas, como serviços emergenciais, cuidado prénatal e cobertura para doenças mentais. Eles alegam que isso impede a redução dos valores dos planos.
Mas alguns republicanos defendem ainda o fim da proibição de que os planos recusem pessoas com doenças pré-existentes e da inclusão de filhos como dependentes até 26 anos.
O texto ainda enfrentava resistência entre republicanos de centro, que não gostaram das projeções apontando que 24 milhões de pessoas perderiam a cobertura de saúde nos próximos dez anos com o projeto.
Trump culpou a oposição democrata e diz que o Obamacare “vai explodir”.