Protestos em defesa da Lava Jato têm público
Na avenida Paulista, o MBL contabilizou 15 mil manifestantes; em março de 2016, o número era 500 mil
Enquanto a classe política debate maneiras de minimizar os efeitos da Lava Jato sobre si, as manifestações convocadas ontem para a defesa da operação tiveram pouca adesão no país.
Chamados pelos grupos que encabeçaram os protestos pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2016, os atos tiveram um público muito inferior. O maior deles, no dia 13 de março de 2016, chegou a reunir cerca de 500 mil pessoas na avenida Paulista, em São Paulo, segundo o Datafolha. Neste domingo, a estimativa de organizadores é de que cerca de 15 mil pessoas foram às ruas. A PM não fez contagem.
Pelo menos 21 capitais tiveram protestos. Em algumas cidades, como Belém e Manaus, não havia mais que cem pessoas. Mesmo em capitais como Porto Alegre e Recife, a estimativa dos organizadores não passou de 5.500 pessoas. Em Brasília, foram 500, segundo a PM. No Rio de Janeiro, manifestantes decidiram não divulgar números de público.
O motivo apontado pelos grupos para a menor presença de pessoas é a difusão de pautas do protesto.
Em São Paulo, em cerca de cinco carros de som, movimentos como Vem Pra Rua, MBL (Movimento Brasil Livre), Nas Ruas e UND (União Nacionalista Democrática) discursaram sobre temas que variavam desde a defesa da Lava Jato, o fim da contribuição sindical e até pedidos de intervenção militar. “Está dentro do que esperávamos”, disse o coordenador do MBL (Movimento Brasil Livre) Kim Kataguiri. “Agora, as pautas são diferentes. O impeachment mobilizava mais porque as pessoas estavam fazendo parte da história.”
Para o líder do Vem Pra Rua, Rogério Chequer, a oportunidade de “alertar a sociedade” sobre temas como a lista fechada de candidatos foi mais importante que o número de pessoas presentes nos atos.