Morador de rua agredido por guarda tem braço quebrado
Ambulante vive nas ruas há seis meses, após ter deixado a casa onde morava por causa do aluguel
O morador de rua Samir Aliahmadsati, 40 anos, que foi agredido por membros da GCM (Guarda Civil Metropolitana), da gestão João Doria (PSDB), anteontem, no Jabaquara (zona sul), teve uma fratura no braço direito.
“Foi um abuso de autoridade. Me senti uma pessoa muito humilhada. Parece que você está sendo atropelado. Foi terrível”, disse.
Ele conta que estava com a mulher fazendo coleta de descartáveis quando foi abordado por agentes da GCM. “O agente já chegou pegando meus pertences e perguntando se eu tinha nota fiscal dos produtos. Falei que não, porque a maioria das coisas havia sido doada. Quando me deparei, ele já começou a me agredir: ele me chutou, me deu socos, rasteira, me empurrou três ou quatros vezes no chão.”
Um estudante de jornalismo passava pelo local gravou o momento da agressão. Nas imagens é possível ver um GCM empurrando o morador de rua, que cai no chão. Depois, Aliahmadsati é pressionado contra a parede e tem o braço torcido para trás, além de levar uma rasteira. Outros dois fiscais da prefeitura levam um carrinho com os pertences da vítima.
Samir e Mirela Nunes Ramos moravam na Vila Guarani, distrito do Jabaquara. Mas, depois de terem a merc a d o r i a qu e v e nd i a m apreendida pela fiscalização, há seis meses, não puderam pagar o aluguel de R$ 1.200 e deixaram a casa, indo morar perto da estação Conceição, da linha 1-azul do metrô. Após ser agredido, Aliahmadsati e a mulher foram para uma Casa de Acolhimento da prefeitura.
Segundo Aliahmadsati, ele começaria a trabalhar como encarregado de obra ontem, mas, com o braço engessado, não sabe mais quando poderá trabalhar.