Guarda acusa morador de rua agredido de 4 crimes
Polícia vai investigar vítima por desacato, resistência, receptação e desobediência. Ele já teria furtado antes
O morador de rua Samir Aliahmadsati, 40 anos, vai ser investigado por receptação, resistência, desobediência e desacato. Ele foi agredido e teve o punho quebrado por um guarda-civil metropolitano na manhã de quarta-feira, em frente à estação Conceição do metrô, no Jabaquara (zona sul).
O caso foi registrado no 35º DP (Jabaquara). Segundo o delegado titular do distrito policial, Carlos Cesar Rodrigues, a partir do depoimento do GCM, Aliahmadsati será investigado por receptação, porque o carrinho onde carregava seus pertences foi, possivelmente, furtado de um supermercado.
“Não sei se foi ele quem furtou ou se adquiriu de forma ilícita”, afirmou Rodrigues. O delegado disse também que o morador de rua já foi investigado anteriormente furto e receptação.
De acordo com o boletim de ocorrência, a agressão aconteceu durante a operação Reorganização do Espaço Público, feita pela Prefeiutra de São Paulo, sob a gestão João Doria (PSDB). Os guardas civis alegaram que tentaram apreender um carrinho de supermercado “aparentemente abandonado”.
Aliahmadsati havia saído para comprar água e, quando retornou, se apresentou como dono do carrinho e resistiu à apreensão. Por isso, pelo que consta no boletim de ocorrência, os três guardas “precisaram usar a força para contê-lo”. Pelo caso, o sem-teto é acusado também de desobediência e desacato.
O carrinho foi levado por fiscais da prefeitura durante a confusão e, até a conclusão desta edição, não havia sido apresentado à polícia.
A agressão foi filmada por um estudante de jornalismo por volta das 10h diante da estação. Nas imagens, é possível ver três GCMs abordando Aliahmadsati. Um dos guardas agrediu o morador de rua por diversas vezes.