Morre Almir Guineto, autor de sambas clássicos
Fundador do grupo Fundo de Quintal, ele compôs pérolas da música; sambista teve problemas renais
O cantor e compositor Almir Guineto morreu na manhã de ontem, aos 70 anos, no Rio, em decorrência de problemas renais crônicos e diabetes. Ele estava internado no Hospital Clementino Fraga Filho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
O velório será hoje, a partir das 16h, na quadra da escola de samba Salgueiro, aberto ao público. O enterro deve acontecer amanhã, às 15h, no cemitério de Inhaúma.
Alguns de seus clássicos são “Lama nas Ruas” e “Coisinha do Pai” (veja mais acima). Consagrou sua forma singular de interpretação, com um jeito arrastado de cantar, cheio de suingue.
Nos últimos 15 meses, o sambista havia cancelado compromissos profissionais por causa da saúde. Um dos fundadores do grupo Fundo de Quintal, Guineto nasceu e foi criado no morro do Salgueiro, em uma família musical. Seu pai, Iraci de Souza Serra, era do grupo Fina Flor do Samba. A mãe, Nair de Souza, também conhecida como Dona Fia, era costureira e figura famosa no Salgueiro.
Guineto, que desde a década de 1970 frequentava as rodas de samba no Cacique de Ramos —bloco que originou o Fundo de Quintal—, teve sua primeira composição gravada, “Bebedeira do Zé”, pelo Originais do Samba.
Com o Fundo de Quintal fez sua estreia em disco em 1980, no LP “Samba É no Fundo do Quintal”. O grupo registrou composições de Guineto, como “Gamação Danada” e “Volta da Sorte”.
Um dos maiores partideiros —criador de versos de improviso— do país, Guineto lançou seu primeiro LP, “O Suburbano”, em 1981. Em 1986, com o disco que levava seu nome, teve sucesso de vendas e de crítica. O último trabalho, “Cartão de Visita”, foi lançado em 2012.
Ele deixa a mulher, Regina Caetano, e filhos.