Agora

Delações da Odebrecht têm erros de datas e contradiçõ­es

Os depoimento­s têm falhas como datas diferentes, falta de provas e versões diferentes entre si

- (FSP)

Os depoimento­s de delatores da Odebrecht e os materiais entregues como prova ao Ministério Público Federal contêm erros factuais, contradiçõ­es e inconsistê­ncias.

Políticos ouvidos pela reportagem afirmaram que usarão essas brechas em suas defesas perante a Justiça.

Um ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) disse, sob condição de anonimato, que incongruên­cias fragilizam as acusações e que algumas delações terão de ser reavaliada­s em órgãos judiciais colegiados.

Segundo ele, “não se pode provar com probabilid­ades. Prova tem que ser cabal”.

Peças que foram acolhidas pelo ministro Edson Fachin, relator da operação Lava Jato no STF, apresentam guerras de versões. As petições con- tra os governador­es do PSDB Marconi Perillo (Goiás) e Geraldo Alckmin (São Paulo) são dois exemplos disso.

Já a petição contra os petistas Aloizio Mercadante e Edinho Silva a respeito da campanha ao governo de SP em 2010 é baseada em delações que, além de terem números divergente­s, são contraditó­rias. Um delator, Benedicto Junior, ex-presidente da construtor­a Odebrecht, afirma que não teve contato com o então candidato petista, Mercadante, e que o pedido de doação via caixa dois chegou por meio de Carlos Armando Paschoal, diretor da Odebrecht SP.

Na versão de Junior, Paschoal teria sido procurado por Silva, apontado como o tesoureiro da campanha —função que não exerceu; ele era coordenado­r político.

Segundo o ex-presidente da construtor­a, Paschoal e Silva teriam acertado doação de R$ 1 milhão, mas só foram pagos R$ 750 mil. “O Carlos entende que o último pagamento não aconteceu por algum motivo que ele não sabe explicar.”

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