SSallõess de belllezzza sem cuidados podem levar doenças a clientes
Produtos vencidos e equipamentos sem esterilização são os fatores que mais expõem a riscos
O cliente que não tem por hábito verificar as condições e qualidade dos produtos que usa em salão de beleza pode acabar pegando doenças, como micose e hepatite.
Em março, durante fiscalização do Procon (Fundação de Proteção e Defesa do Consumidor) em 34 salões nos bairros mais nobres de São Paulo, foram encontradas irregularidades em 30 deles, sendo que 76% contavam com produtos vencidos.
“Não é costume do cliente verificar a validade do produto que usará no salão. Muitas vezes esse produto pode estar vencido, causando problemas”, diz a dermatologista Shirlei Borelli, dona da clínica que leva seu nome e membro da SBD (Sociedade Brasileira de Dermatologia). Produtos vencidos podem causar irritações e alergias.
Outro problema recorrente é a falta de esterilização dos materiais, como alicate de cutícula, por exemplo. “Um objeto contaminado pode transmitir qualquer doença relacionada com o sangue, como micose, hepatite C e, em alguns casos, até mesmo o HIV”, diz a dermatologista Carolina Mourão, da Clínica de Cirurgia Plástica Landecker e também da SBD. “Uma pesquisa feita recentemente mostrou que a grande maioria dos salões de beleza não esteriliza seus materiais.”
Para Shirlei, a maneira como é feito o tratamento das unhas requer mais atenção. “No Brasil, é costume tirar a cutícula das unhas de uma maneira mais agressiva, que causa ferimentos nas unhas. Se o material utilizado não estiver esterilizado, existe o risco de transmissão de doenças. Além disso, cria uma infecção muito dolorosa ao redor da unha”, diz a dermatologista, que recomenda esterilização até nos equipamentos que leva de casa. “Ele precisa estar esterilizado. Só de ficar de canto, em casa, o material acumula sujeira e bactérias”, afirma. Há quem use sabonete antibacteriano para fazer essa limpeza.