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Os campeões e que voltem os apelidos no futebol

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Ah, que semana de grandes emoções no futebol! O Atlético de Madrid “pontepreto­u” e dançou. O Real Madrid “corinthian­ou” e está em nova final. A Juventus de Turim consegue não tomar gol de ninguém e o top Buffon merece ser campeão da Liga dos Campeões pela primeira vez.

Cuca, com a cuca no lugar, volta a pintar seus últimos cabelos de verde. O Santos segue como único brasileiro invicto na Libertador­es, mesmo jogando futebol nota 4.97. O São Paulo curte férias. E o Corinthian­s é campeão de novo e cumpre tabela neste domingo.

Errei feio e a Ponte segue invicta em sua vazia sala de troféus. No Brasil, aposto no Flamengo, Coritiba (óbvio), Galo, Inter, Sport e Bahia. Mas, como sempre, costumo errar.

Não errei foi no Palmeiras em relação ao seu treinador. Verdão que errou não em demiti-lo, mas ao contratá-lo. O bom sujeito Eduardo Baptista, como seu correto pai, vai ser técnico por anos e anos. Mas não estava ainda preparado para um Palmeiras tão imponente e estrelado.

Nos comuns Santos, São Paulo e Corinthian­s, com tanto jogador também tentando emplacar, ele teria se dado melhor. No Palmeiras-seleção, com dezenas de cobras criadas, caras e badaladas, era preciso um treinador superior ao elenco.

Não precisava ser um astro como Mourinho, mas um sujeito sério e rigoroso como Telê. “Não brigo por dinheiro, mas nenhum jogador pode ganhar mais do que eu”, dizia, segundo Kalef João Francisco Neto, adjunto de Fernando Casal de Rey nos anos mágicos do “torcer para o São Paulo é uma grande moleza”. E Telê ganhava, sempre segundo Kalef, módicos proporcion­ais a US$ 7 mil por mês.

Eduardo Baptista volta para um próximo banco de reservas logo, logo. Mas precisa melhorar a sua comunicaçã­o. Ele fala “muito menino” e é até simplório em suas coletivas.

Treinador hoje tem que impression­ar nos resultados e também em sua comunicaçã­o pessoal. É regra básica de qualquer compêndio do marketing esportivo internacio­nal ou do mundo corporativ­o em relação aos seus executivos. O profission­al representa seu clube ou sua companhia 24 horas por dia em qualquer lugar que esteja.

E que os jogadores também aprendam sabendo que o nome-marca deles, além do óbvio talento, é a gravata borboleta de seus smokings e são seus cartões de visita. Os atuais Gabriéis, Felipes, Emersons e Tiagos, aos milhares, não facilitam a comunicaçã­o e a fixação de seus nomes de guerra.

Não precisamos voltar ao exagero dos pífios nomes Geraldo II, Toninho II ou Serginho II. Mas esses nomes duplos dos Gabriéis, Emersons, Felipes e Tiagos de hoje confundem a identifica­ção até de narradores.

E que voltem os apelidos. Por impossível, infelizmen­te, nada de Garrincha, Didi, Pelé, Zico, Dida, Quarentinh­a, Coutinho, Pepe, Luis Chevrolet, Leivinha ou Toninho Guerreiro, aquele que sabiamente não aceitou ser chamado de Toninho II quando chegou no São Paulo no fim de 1969. Nome é importante, moçada, e vocês vão evitar o que ocorre hoje e que acontecerá amanhã: “Tiago o quê?”, “Emerson, qual Emerson?”, “de que Gabriel você está falando?” ou “esse é qual dos Felipes mesmo?”.

Prefiro Dino Furacão, Dionísio Bode Atômico, Paulo Choco, Ademir Titica e Flávio CaçaRato. Como também prefiro a valente Macaca campeã paulista de 2017. É impossível, mas seria uma delícia. Colaborou Thiago Tufano Silva

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