Guerrrra de ffaccççõess dispara homicídios na Grande SP
Disputa entre PCC e CRBC contribui para aumento de mortes de 190 para 250 no primeiro trimestre
Fernando Nunes Alves, 31 anos, uma das vítimas de homicídio, no trimestre, na Grande SP; ele foi morto a tiros após cinco bandidos invadirem um hospital de Guarulhos, no dia 2 de março
Uma guerra entre as facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital) e CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade) fez o número de homicídios dolosos (com intenção de matar) disparar na região metropolitana no primeiro trimestre deste ano.
Foram 250 vítimas na Grande São Paulo entre janeiro e março deste ano, ante 190 no mesmo período de 2016 (alta de 31,5%).
De acordo com o delegado titular da Divisão Homicídios de Guarulhos, Wagner Terribilli, o crescimento de homicídios “tem ligação com brigas entre facções rivais”.
Policiais civis de cinco DPs da cidade afirmaram ao Agora que o perfil dos mortos é parecido: homens, jovens, negros, moradores da periferia e que têm envolvimento com tráfico de drogas ou roubo de cargas.
De acordo com os policiais, o CRBC começou a incomodar financeiramente o PCC na região metropolitana, e o PCC determinou tolerância zero contra os integrantes e simpatizantes da facção rival.
Guarulhos
O CRBC atua em toda a região metropolitana, mas tem como base Guarulhos, a segunda maior cidade do Estado. É justamente lá que foi registrado o maior número de homicídios dolosos (com intenção de matar) no primeiro trimestre. Foram 61 mortes no primeiro trimestre deste ano (contra 38 em 2016), o que impulsionou a alta em toda a região.
Em termos percentuais, o número de homicídios em Guarulhos subiu 60,5% no primeiro trimestre. Em Jandira, o número quadruplicou. Em Barueri e Taboão da Serra, triplicou (veja quadro).
Os números contrastam com os da capital, onde o total de homicídios tem caído —o que tem motivado declarações de comemoração do governador Geraldo Alckmin (PSDB). Foram 201 vítimas no primeiro trimestre deste ano na capital, contra 231 no mesmo período de 2016 (queda de 13%).