Agora

A farra dos partidos

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Mesmo quem acompanha a política de perto tem dificuldad­e em entender a verdadeira sopa de letrinhas que são os partidos brasileiro­s.

A cada hora aparece uma sigla nova, que em geral não significa muita coisa. Inventaram até um tal Partido da Mulher Brasileira (PMB), que tem um único deputado. Isso mesmo, um homem.

O número de partidos na Câmara Federal mais que duplicou em três décadas. Eram 12 em 1986. Agora são 26.

Isso significa que qualquer governo tem muito mais trabalho para juntar os apoios necessário­s para aprovar as leis.

Daí acontece mais distribuiç­ão de verbas e empregos em troca dos votos. Aliás, muitos partidos são criados somente para isso. A lei brasileira oferece muitas facilidade­s para quem quer lançar uma sigla nova.

Nessa confusão, o eleitor não sabe como vão se comportar seus representa­ntes.

Os políticos, é claro, resistem a acabar com essa farra. Mesmo assim, um projeto com esse objetivo foi aprovado pelo Senado e está agora na Câmara.

A ideia é cortar a grana e o tempo de TV dos partidos que não conseguire­m pelo menos 2% dos votos para deputado nas eleições de 2018. Em 2022, o percentual sobe para 3%.

Isso vai acabar com boa parte das legendas nanicas. A regra, aliás, poderia ser ainda mais dura: em países como a Alemanha, o piso é de 5%.

É claro que só isso não vai bastar para que os partidos brasileiro­s se tornem mais sérios e confiáveis. Esse é um trabalho muito mais difícil, que só vai andar se os eleitores mandarem para casa os políticos malandros.

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