Grupo criminoso surgiu em 1999 e bandidos são chamados de ‘Coisas’
O CRBC (Comando Revolucionário Brasileiro da Criminalidade), cujos integrantes são conhecidos como “Coisas”, foi criado em 25 de dezembro 1999 e era o principal rival do PCC na briga por pontos de tráfico de drogas na região metropolitana no início dos anos 2000.
Segundo o pesquisador Bruno Paes Manso, a facção nasceu e cresceu justamente no presídio de Guarulhos, em 1999. “Desde sempre foi a principal oposição ao PCC.” Entre 2000 e 2001, quando o PCC se fortalecia dentro das prisões, havia brigas pesadas entre as duas facções, nas cadeias e nas ruas.
Integrantes das facções executavam uns aos outros, mas, como o PCC sempre foi maior que o CRBC, havia mais mortes da facção menor. “Desde 2006, quando o PCC se fortaleceu e se manteve na articulação do tráfico e distribuição de drogas, ninguém tentou bater de frente. Nestes últimos 11 anos, o PCC praticamente não teve mais rivais em São Paulo, tanto nas prisões como fora”, diz.
Há 11 anos, segundo o pesquisador, as facções perderam o interesse em brigar entre si porque o CRBC não chegava a atrapalhar grande parte do tráfico de drogas administrado pelo PCC. “O PCC ‘deixou quieto’. Houve um acordo de paz. Depois, o PCC direcionou o discurso de que os principais inimigos eram a polícia, não as facções rivais”, afirma.
Atualmente, integrantes do CRBC estão presos na Penitenciária 1 de Presidente Venceslau (611 km de SP). Lá também estão detentos da SS (Seita Satânica), Cerol Fino e ADA (facções menores, mas também inimigas do PCC).