Jadson pega camisa 77 e escreve roteiro de filme
Se isto fosse roteiro de filme, muito crítico de arte diria que o diretor abusou dos clichês. No aniversário de 40 anos do título mais emblemático da história do Corinthians, o clube repatria um de seus ídolos recentes, entrega-lhe a camisa 77, número alusivo ao ano da conquista e, na final do campeonato, liderado por este jogador, é campeão em cima do mesmo rival daquele jogo memorável do passado.
Daqui a 40 anos, porém, quando alguém olhar para as fotos do Corinthians campeão estadual pela 28ª vez e for contar a história desse time, Jadson certamente merecerá um capítulo à parte.
“Esse cara usou a 77 só nesse campeonato”, dirá nosso futuro personagem. Sim, porque o meia de 33 anos já deixou claro que deseja resgatar a camisa 10, com a qual se sagrou campeão brasileiro pelo Timão, em 2015. Muito provavelmente, a numeração da equipe para a disputa do Brasileirão já trará a alteração —Guilherme, antigo 10, já foi embora do clube.
Diferentemente do elenco de dois anos atrás, quando dividia o protagonismo com Renato Augusto na armação, Jadson voltou em janeiro para ser o dono do pedaço. Apesar de Rodriguinho também ter brilhado, foi nos pés do seu ídolo que a Fiel depositou as maiores esperanças ao longo do campeonato.
“Para mim foi muito importante. Voltar ao Corinthians e, no primeiro cam- peonato, ser campeão é muito prazeroso”, disse.
“Poucos tiveram a oportunidade de serem campeões pelo Corinthians, eu fui duas vezes [ganhou também o Brasileirão 2015]. Estou feliz pelo grupo, que foi desacre- ditado e deu a volta por cima”, acrescentou o meia.
O camisa 77 deu conta do recado. Agora, vai pendurar no varal o manto que servirá para narrar a trajetória tão única desta nova conquista do alvinegro.