O tempo fechou para o governo
O governo Michel Temer (PMDB) sofreu um enorme abalo nesta semana.
Uma delação do empresário Joesley Batista, presidente da JBS, envolveu o presidente num suposto esquema para comprar o silêncio de Eduardo Cunha, ex-deputado federal que hoje está no xilindró.
Isso gerou um terremoto para o governo e sua base aliada. Parecia que a casa iria cair de vez.
Mas sempre é bom ter calma nesses casos tão cabeludos. As provas divulgadas até agora não deixam as coisas muito claras.
Em março, Batista gravou uma conversa com Temer. O empresário comentou que estava ajudando Cunha.
Temer então disse: “Tem que manter isso, viu?”.
A suspeita é que o empresário dava uma mesada a Cunha para que ele ficasse de boca fechada. Mas, pelo diálogo divulgado, não é possível afirmar isso.
Em situação mais complicada nessa história ficou o senador Aécio Neves (PSDB-MG). Em outra conversa gravada, ele teria pedido R$ 2 milhões a Batista.
Também nesse caso não se conhecem todos os detalhes. Mas a chapa esquentou para o sena- dor.
Aécio foi proibido pelo STF de exercer qualquer atividade parlamentar e abandonou o cargo de presidente do PSDB. A irmã e um primo dele foram presos pela PF.
Resumindo, falta explicar muita coisa. Mas um ponto é claro: o Brasil mergulhou numa crise política gigantesca.
Os primeiros sinais de recuperação da economia correm o risco de desmoronar.
O país precisa agora esperar os próximos passos das investigações. Só assim vai dar para saber o que cada um fez de verdade.