Perito da defesa diz que gravação não serve como prova judicial
Contratado pela defesa de Michel Temer, o perito Ricardo Molina disse que a PGR (Procuradoria Geral da República) é “ingênua” e “incompetente” ao usar a gravação de conversa entre Joesley Batista e o presidente como prova para abrir um inquérito contra o peemedebista. Segundo o perito, o gravador usado pelo empresário da JBS é “vagabundo” e “não é possível” garantir que a gravação seja “autêntica”. Portanto, argumenta Molina, o áudio não pode ser utilizado como uma prova judicial.
“O que tem no laudo [da PGR sobre a gravação] é coisa de gente que não sabe mexer em áudio”, disse. “Não vou citar nomes, mas conheço quem assina [o documento da PGR] e, se colocarem eles aqui na minha frente, vão começar a gaguejar”.
No documento apresentado pela PGR é dito que a gravação foi analisada de forma “preliminar, submetido a oitiva sob a perspectiva exclusiva de percepção humana”.
Edição
Molina, durante apresentação de seu laudo em entrevista coletiva à imprensa em Brasília, disse que o áudio está “contaminado por inúmeras descontinuidades”, com diversos pontos “inaudíveis” e de “possível edição”, o que, para Molina, seriam suficientes para “jogar a gravação no lixo”.
O perito, no entanto, não é assertivo ao responder se há ou não edição no áudio. “Existem dezenas de pontos de descontinuidade” nos quais “se poderia fazer cortes sem deixar vestígios”, afirmou Molina.