Temer decide adiar votação de reformas
Presidente quer se manter no cargo e defende que votações sejam adiadas para o segundo semestre
Na tentativa de garantir sua sobrevivência no cargo, o presidente Michel Temer decidiu adiar as reformas trabalhista e da Previdência para o segundo semestre e mobilizar a base aliada para evitar seu afastamento temporário do cargo.
A expectativa do Palácio do Planalto é de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente na semana que vem denúncia contra Temer, o que, na visão do governo, prolongaria a instabilidade política e poderia colocar em risco a aprovação das reformas.
Como as mudanças nas leis trabalhistas e nas aposentadorias enfrentam resistência até na base aliada, a ordem é deixá-las em banho-maria. A avaliação de assessores e auxiliares presidenciais é de que as duas “mais atrapalhariam do que ajudariam” neste momento e de que o esforço prioritário deve ser o de garantir a permanência de Temer no cargo. Para não se tornar réu e ser afastado temporariamente do cargo, o presidente precisa do apoio de 172 deputados federais.
“A [reforma da] Previdência subiu no telhado momentaneamente. Deve ficar para agosto. Até que poeira baixe, não dá para computar voto”, disse o deputado Beto Mansur (PRB-SP), um dos principais aliados de Temer no Congresso.
Mansur, que retomaria a contagem de votos a favor da reforma previdenciária, não levou o plano adiante nesta semana de Legislativo esvaziado. A nova previsão é de que, diante da possibilidade de denúncia contra Temer, ela fique apenas para o segundo semestre.
O presidente defende que a matéria só seja levada à plenário com uma margem de segurança de aprovação, o que significa conquistar entre 320 e 330 votos. pressão da oposição Ontem, a leitura do relatório da reforma trabalhista na CAS (Comissão de Assuntos Sociais) do Senado foi adiada para a próxima semana após pressão da oposição. A votação na comissão está marcada para dia 20.