Candidatíssimo ao título
Mais uma vez o Corinthians puxa o tapete dos “especialistas” de plantão. Depois de surpreender muita gente com a conquista do Paulistão, a “quarta força” do futebol de São Paulo insiste em se colocar como primeira também no Brasileirão. O discurso de que lhe falta elenco para chegar ao título de uma disputa longa por pontos corridos, todo aquele blá-blá-blá, cai por terra a cada rodada.
Podem dizer que é cedo, ainda na quinta rodada, para fazer qualquer prognóstico. Talvez seja mesmo, mas como uma porção de analistas vaticinou a derrocada corintiana, com tanta convicção, antes mesmo de a competição começar, fico à vontade para também usar a bola de cristal.
Parece-me cristalino que Fábio Carille montou um time equilibrado, com defesa sólida e poder ofensivo que evolui dia a dia. As peças se ajustam com rara harmonia. Pa- blo, a despeito de ter falhado contra o Vasco, deu consistência à zaga. Guilherme Arana, tal qual Fagner, tem nível internacional. Gabriel deu a pegada que faltava ao meio-campo desde a saída de Ralf, assim como Maycon cumpre bem o papel de elemento surpresa, desempenhado antes por Paulinho e Elias.
Na criação do meiocampo, Jadson e Rodriguinho (em fase tão boa que foi convocado por Tite) formam uma dupla de respeito. Na frente, Jô tem sido um gigante. Ainda há coadjuvantes eficientes, como Romero, Pedro Henrique, Clayson, Clayton e companhia bela.
Só uma ameaça pode impedir que o alvinegro siga forte: a janela de transferências do meio do ano. Se a diretoria tiver a dignidade de resistir a ofertas do exterior e não destruir a obra de Carille, poderá ter um time campeão e lucrar muito mais ao final da temporada.