Conversa de ex-deputado e lobista é tida como crucial
Crucial para a denúncia na avaliação de investigadores, o diálogo entre o ex-deputado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) e o executivo Ricardo Saud, da JBS, em um café na capital paulista deixaria implícita a participação do presidente Michel Temer no acerto da propina.
No trecho em que falam de valores e formas de fazer os repasses semanais, Saud cita duas vezes o “presidente” —também mencionado antes ao menos quatro vezes, por ambos, em outros contextos.
“Na realidade, eu vou consultá-lo primeiro, vou pedir pro Edgar... Primeiro eu vou consultar com ele, e ver se esse procedimento pra ele...”, diz Loures, após Saud lhe falar dos pagamentos.
O ex-deputado prossegue: “O nome dele é Edgar. Eu vou perguntar pro Edgar se o Edgar, porque o Edgar fica em São Paulo e é ele que faz a gerência das coisas.”
Nas 82 perguntas enviadas pela Polícia Federal ao presi- dente, Temer é questionado sobre alguém próximo a ele chamado “Edgar”. A conversa no café prossegue. “O Edgar trabalha com o presidente?”, diz Saud. “Mas primeiro eu vou falar com ele”, diz Loures. “Não, claro”, responde o executivo.
“O problema é o seguinte: as outras, os outros caminhos estão todos congestionados. Então esse é um outro caminho”, diz Loures. O trecho seria uma referência às formas de pagamento.