Limpeza na Sé acontece logo após distribuição de comida
De manhã, a distribuição de comida para moradores de rua ocorre pouco tempo depois da limpeza diária da Sé e do Pateo do Colégio, onde estão duas das maiores concentrações de moradores de rua do centro.
Às 5h30, um caminhãopipa chega à Sé para fazer a lavagem da área. Mesmo diante dos jatos d’água, os moradores continuam dormindo em barracas ou sobre o piso sem proteção.
Os funcionários da empresa que faz a limpeza dizem que os jatos nunca são disparados em direção às pessoas e suas moradias improvisadas. Já quem vive nas ruas reclama que há desrespeito porque os objetos deles acabam sempre molhados.
Perto dali, uma gari recolhe colchões largados. “A gente só pega os que estão abandonados, muitos deles sujos de fezes. Se tem dono, ninguém recolhe”, disse ela.
A poucos metros dali, funcionários do setor de “Remoção” percorrem a Sé para re- tirar objetos abandonados nos canteiros e no entorno da igreja. Amaral Henrique, 33 anos, se aproxima da reportagem. ‘O rapa continua retirando nossas coisas sem nossa autorização. Levam cobertor, roupa. Tá errado.”
Quem faz o serviço nega. “Nós perguntamos o que é lixo e o que não é. Levamos só o que é descartado”, disse um dos responsáveis pelo serviço, que pediu anonimato à reportagem.