Bad boys do século 21
Fazia tempo que o futebol brasileiro não mostrava um de seus lados pitorescos como nas últimas semanas, em episódios quase infantis de indisciplina e afastamentos.
No final de semana, o capitão ponte-pretano Rodrigo empurrou três vezes o treinador vascaíno Milton Mendes, que foi lhe dar um abraço, e a história foi parar numa delegacia de Campinas.
Pela Série B do Brasileiro, Zé Carlos, do CRB, e Bill, do América-MG, trocaram socos em campo e podem pegar até 12 partidas de gancho.
No Palmeiras, o raçudo Felipe Melo entrou em rota de colisão com Cuca. Enquanto a torcida ainda tentava entender o que havia ocorrido, vazou um áudio do Pit Bull detonando o técnico e jogando para o alto a pequena chance de seguir no time.
Ontem foi a vez de Cícero ser levado ao portão de saída do São Paulo, por motivos ainda não muito claros, seguindo os passos do criticado Wesley.
Na Europa, a situação não é muito diferente. O francês Samir Nasri acabou de voltar ao Manchester City, mas os colegas de clube já avisaram que não o querem por ali por ser arrogante. Deve ir parar na Turquia. Já o inglês Joey Barton, o falastrão das redes sociais, ficará fora da temporada após ser suspenso por 18 meses por se envolver em apostas. Vai se aposentar.
Em comum, nenhum deles é um garoto deslumbrado recém-chegado ao futebol —todos têm 30 anos ou mais. Outro ponto interessante é que, por mais ou menos queridos pela torcida que sejam, não chegam a ser ídolos ou craques e, portanto, não farão falta. Bons tempos em que os “bad boys” do futebol eram do calibre de Almir Pernambuquinho, Maradona, Eric Cantona, Gascoigne, Serginho Chulapa, Marcelinho Carioca, Edmundo, Romário... Éramos felizes e não sabíamos.