Agora

Vamos pagar pelas eleições

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Falta dinheiro no governo para as áreas mais importante­s: a educação, a saúde, a segurança. Mas os políticos resolveram que, para eles, não pode faltar.

Os deputados estão querendo aprovar a criação de um fundo de R$ 3,6 bilhões —é dinheiro suficiente para construir mais de 2.500 UPAs (Unidades de Pronto Atendiment­o)— para bancar as eleições do próximo ano.

E de onde vem toda essa grana? Do nosso bolso, é claro.

Hoje existe uma regra que proíbe o au- mento do gasto total do governo. Isso quer dizer que, para elevar alguma despesa (nesse caso, com as campanhas dos políticos), é preciso reduzir outra.

Ou seja, vai encolher ainda mais a verba que poderia ir para escolas, hospitais ou obras. Quem sai perdendo é a população.

Isso está acontecend­o porque o Supremo Tribunal Federal proibiu que empresas doem dinheiro para candidatos.

E, depois da roubalheir­a descoberta pela Operação Lava Jato, ninguém no Congresso tem coragem de propor uma lei que permi- ta a volta das doações privadas.

Ora, se é assim, os políticos deveriam começar a fazer campanhas mais baratas. Nas eleições se gasta uma fortuna com marqueteir­os e programas de TV cheios de efeitos especiais, que quase nunca servem para explicar de verdade as propostas dos candidatos.

Pelo contrário, essas firulas todas em geral são usadas para enrolar os eleitores.

Basta o político olhar para a câmera e apresentar suas ideias. Para isso não é preciso gastar bilhões de reais.

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