Polêmica no apito Arbitragem em xeque
Primeiro turno do Brasileiro tem média de quase dois erros graves por partida; 19 foram em pênaltis
O segundo turno do Brasileirão começa neste final de semana com a arbitragem em xeque. Na primeira metade do Nacional, o torneio teve um média de dois erros graves por rodada, prejudicando desde os times que brigam pelo título, como o Corinthians, até os que estão lutando contra o rebaixamento, caso do São Paulo.
Aliás, dois equívocos na partida entre o Tricolor e o Bahia foram determinantes para que o time do Morumbi terminasse o turno na zona da degola. A equipe de Dorival perdeu por 2 a 1, com uma reclamação legítima de um gol irregular dos baianos além de um pênalti claro não assinalado a seu favor.
Segundo levantamento do Agora, com base nos relatórios publicados pela própria CBF após cada rodada, o primeiro turno teve 40 erros graves, ou seja, média de quase dois por rodada. Destes, 19 foram pênaltis mal marcados ou ignorados e 12 foram em impedimentos.
Na visão do chefe da Comissão Nacional de Arbitragem da entidade máxima do futebol brasileiro, coronel Marinho, a estatística de erros está dentro da “normalidade”, em comparação às edições anteriores.
“Não foi nada acima nem abaixo [dos anos anteriores]. Dentro da normalidade. Era esperado”, afirmou ao Agora. “Temos feito já um trabalho de aperfeiçoamento dos árbitros. A gente manda imagens, com orientações. Também orientamos as federações para que tenham treinamento. Então, é trabalhar. Não tem coisa diferente”, emendou.
Concentração
Entre os 40 erros de arbitragem apontados nos relatórios da CBF, o impedimento mal assinalado pelo assistente Pablo Almeida da Costa, de Minas, no empate entre Corinthians e Flamengo, na 17ª rodada, foi o mais escandaloso. Na ocasião, o atacante corintiano Jô estava mais de 3 metros atrás da linha da bola quando fez um gol, anulado pelo juiz.
Para o ex-árbitro Arnaldo César Coelho, comentarista da Rede Globo e que apitou nas Copas de 1978 e 1982, o problema ocorreu pela falta de concentração do bandeira. “O cara não estava ligado. Não sei se ele estava pensando nas contas que ele tem para pagar ou em como ele estava aparecendo na televisão, mas não estava concentrado no jogo”, disparou.
Para Arnaldo, porém, os árbitros atuam cada vez mais pressionados, o que contribui para o aumento das interpretações polêmicas. Essa pressão ocorre principalmente pela falta de respeito com a arbitragem, na visão do comentarista.
“Hoje, nas escolas, os alunos não respeitam os professores. E o futebol é um reflexo da sociedade. Os jogadores também não respeitam os árbitros. Qualquer lateral já vira motivo para os atletas apontarem o dedo”, diz.
Com erros como os citados acima, no entanto, não é fácil manter sob controle os nervos dos jogadores no Brasileirão. 1ª rodada
Grêmio 2 x 0 Botafogo
Gol do Grêmio saiu após desvio com a mão do atacante Luan