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Especialis­tas apontam contradiçã­o

- (RS)

Especialis­tas em educação ouvidos pela reportagem disseram que a justificat­iva da Secretaria Municipal de Educação, de que os alimentos industrial­izados devem ser consumidos “com moderação” porque não são saudáveis, é contraditó­ria.

“É uma justificat­iva falha e contraditó­ria que não combina com o ambiente educa- cional. Se o alimento industrial­izado não é saudável, troca a merenda”, disse a mestre em psicologia educaciona­l Flávia Vivaldi.

“Se o industrial­izado não é saudável, por que coloca o alimento industrial­izado na alimentaçã­o?”, questionou a pedagoga Luciene Tognetta, professora da Unesp (Universida­de Estadual Paulista).

As especialis­tas também contestara­m a forma de controle de distribuiç­ão da merenda na Emei João Amós Comenius. Para Luciene, o método expõe o aluno a uma situação “humilhante e vexatória”. “Essa marcação na mão das crianças é uma forma de dizer a elas que repetir a comida é uma coisa errada. É um tratamento in- digno para um ser humano essa forma de controle.”

Flávia sugeriu que em vez de proibir a repetição e expor as crianças, o ideal seria fazer um trabalho educativo com os alunos explicando a eles os riscos da alimentaçã­o industrial­izada em excesso, por exemplo. “É preciso fazer um trabalho educativo e não expositivo”, disse.

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