Agora

Ex-deputado Vaccarezza é preso na Operação Lava Jato

Na casa do ex-líder do PT, Polícia Federal encontrou R$ 122 mil em dinheiro, que ele não soube explicar

- (FSP)

Mais de dois anos depois de ser delatado pela primeira vez, o ex-líder do PT na Câmara dos Deputados Cândido Vaccarezza foi detido pela Operação Lava Jato ontem.

A Polícia Federal deflagrou duas fases ao mesmo tempo: a 43ª, chamada de “Sem Fronteiras”, e a 44ª, batizada de “Abate”. Vaccarezza está envolvido nesta última.

Segundo a força-tarefa, o ex-deputado recebeu pelo menos US$ 478 mil (cerca de R$ 1,51 milhão) em espécie por contratos da Petrobras com a Sargeant Marine, uma empresa dos EUA que produzia asfalto para a estatal.

Segundo as investigaç­ões, Vaccarezza tinha ascendênci­a em negócios da Petrobras ligados à Diretoria de Abastecime­nto, que estava sob influência do PP, e “apadrinhou” 12 contratos de fornecimen­to de asfalto, num total de US$ 180 milhões.

Além de registros de visitas do ex-deputado à sede da Petrobras, no Rio, a PF colheu e-mails entre Vaccarezza e Jorge Luz, lobista citado por vários delatores e preso na 38ª fase da Lava Jato.

Nas mensagens, Luz —que teria mediado os contatos entre a Marine e a Petrobras —e Vaccarezza acertam detalhes de viagens que o ex-deputado fez aos EUA.

Em ambas, em 2009 e 2012, Vaccarezza teria visitado a matriz da Sargeant Marine, que fica na cidade.

Ex-petista, ele atualmente estava no Avante, novo nome do PT do B.

Outro indício foi um pendrive encontrado na casa de Othon Pinheiro da Silva, expresiden­te da Eletronucl­ear, preso em 2015 e já condenado pela Justiça Federal do Rio a 43 anos de prisão.

No pendrive havia reproduçõe­s de e-mails com discussões sobre o lobby que se fazia envolvendo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa para que a Mari- ne fosse contratada.

Entre os participan­tes das reuniões estariam dois políticos identifica­dos pela sigla “V1” e “V2”, e Vaccarezza seria um deles. Na casa dele, em São Paulo, foram encontrado­s R$ 122 mil em espécie. Segundo a PF, ele não soube explicar a origem.

Resposta

Em nota, o advogado de Vaccarezza, Marcellus Ferreira Pinto, negou que o ex-deputado tenha intermedia­do negociaçõe­s entre empresas privadas e a Petrobras.

A defesa afirma que a prisão foi decretada “com base em delações contraditó­rias, algumas já retificada­s pelos próprios delatores”.

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Luis Macedo - 11.jul.2013/Agência Câmara Cândido Vaccarezza; defesa nega que ele tenha intermedia­do negócio entre empresas e Petrobras
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