Acordo da revisão da poupança é adiado
Bancos e representantes dos poupadores não chegaram a um acordo na reunião ontem, na Advocacia-Geral da União. Nova reunião deve ocorrer na próxima semana.
Pessoas que participam da negociação disseram que os bancos resistem em firmar acordo que abriria mão de uma disputa no STJ (Superior Tribunal de Justiça), que poderá julgar o tema na terça.
Se vencerem, os bancos poderiam reduzir o número de beneficiados. Se perderem, os representantes dos poupadores dizem que esperarão a palavra final do STF (Supremo Tribunal Federal).
Quem tinha caderneta nos anos 1980 e 1990 pede na Justiça o ressarcimento pelo congelamento das aplicações nos planos econômicos Bresser (1987), Verão (1989) e Collor 1 e 2 (1990 e 1991).
O tema chegou ao Supremo, que incentiva chegar a um acordo. Participam da mediação AGU e Banco Central. Segundo os poupadores, 1,2 milhão de cadernetas são objeto do acordo em ações coletivas e individuais.
As negociações avançaram nesta semana —as partes concordaram em negociar descontos e formas de pagamento. Porém, a recusa dos bancos em se comprometer a abrir mão da ação no STJ gerou novo impasse. A Febraban (federação dos bancos) deve a dar uma resposta até segunda-feira sobre se aceita ou não desistir da ação no STJ antes de uma decisão.
O STJ analisará pedido dos bancos, que querem restrin- gir os beneficiários só aos filiados das entidades dos poupadores. A ação pede que seja aceito apenas quem era filiado no início do processo, nos anos 1990.
Isso poderia restringir o número de contas com direito à revisão a menos de 1%, segundo os poupadores.