Cheiro de pizza no forno
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou nesta quinta-feira (14) uma denúncia contra o presidente Michel Temer (PMDB). Nada indica, pelo menos até agora, que o assunto vai avançar.
Desta vez, Temer e sua patota são acusados de integrar uma organização criminosa e de tentar atrapalhar as investigações da Justiça.
Os sinais de bandalheira são muitos. Basta lembrar que um dos envolvidos, o ex-ministro Geddel Vieira Lima, teve suas digitais encontradas numa pilha de mais de R$ 50 milhões em dinheiro vivo.
Mas a maioria das suspeitas que Janot listou já estavam sendo investigadas antes. Não apareceram provas novas e decisivas.
A primeira denúncia contra Temer era mais forte. Havia a gravação do famoso encontro entre o presidente e Joesley Batista, da JBS.
Na conversa, Temer recomendou ao empresário que tratasse de seus interesses no governo com um ex-assessor do Palácio do Planalto, Rodrigo Rocha Loures.
Poucos dias depois, Loures foi filmado levando uma mala com R$ 500 mil dentro. Não dá para ter certeza de que a grana era para Temer, mas que havia corrupção na história, havia.
Mas nem assim a Câmara dos Deputados deixou que a investigação continuasse. O governo negociou cargos e verbas com os políticos e ganhou a parada.
Agora, então, já dá para sentir o cheiro de pizza no forno. Até porque Janot ficou bem desacreditado depois que descobriram um ex-auxiliar seu trocando figurinhas com a JBS.
Desse jeito, ficou mais fácil para a turma do deixa-disso.