Paulo Nobre rompe com Maurício Galiotte, e Mustafá faz críticas à gastança de Alexandre Mattos Verdão pega fogo
Fiascos no futebol refletem na política do clube e esquentam as articulações para as eleições de 2018
Invisível aos olhos de milhões de torcedores, as conversas entre os grupos políticos do Palmeiras para a eleição presidencial do ano que vem já estão em curso.
Essa ebulição incomum na história recente do clube foi provocada pela administração de Maurício Galiotte, 48 anos, que dificilmente vai encerrar o primeiro ano da sua gestão com um título.
Terminar a temporada à míngua fez eclodir uma enxurrada de críticas, pois o Verdão tinha um cenário totalmente favorável: pacifica- do politicamente e a torcida eufórica após dois títulos nacionais consecutivos. E o mais importante: graças à generosidade do seu patrocinador, o clube montou um dos elencos mais caros do futebol sul-americano.
Conselheiros ouvidos pelo Agora foram unânimes em afirmar que a estabilidade da atual gestão pode se transformar em um “vulcão em erupção” em 2018. Para evitar isso, o time precisa começar voando e ganhar logo o primeiro título. O Campeonato Paulista é fundamental.
Além dos resultados em campo, os líderes que ajudaram o mandatário a ser eleito como candidato único querem que ele não deixe as decisões nas mãos de executivos. O alvo principal é o futebol, controlado pelo diretor Alexandre Mattos.
“Não sou contra executivos nem jamais vou pedir a saída deles. O que cobro, e isso eu faço nos órgãos competentes, é que pelo investimento feito era para ter retorno”, diz o ex-presidente Mustafá Contursi, que é decisivo nas eleições por controlar mais de cem integrantes do Conselho Deliberativo, do total de 300.
Nesse cenário, mesmo ausente do cotidiano do Palestra Itália, surge o ex-presidente Paulo Nobre, 49 anos.
Ele rompeu com o seu exvice presidente às vésperas da assembleia de sócios, que confirmou a transferência de poder no fim de 2016.
O empresário, que tirou o clube do atoleiro das dívidas ao emprestar dinheiro do próprio bolso, tem a seu favor o clamor dos torcedores, gratos pelas conquistas da Copa do Brasil (2015) e do Brasileirão (2016) nos seus últimos dois anos de gestão. Eleito como candidato único, a sua reeleição está em xeque. Os grupos que o ajudaram a chegar ao poder, com união da situação e oposição, não o abandonaram, mas, em função do alto investimento no futebol, cobram resultados Rachou com o Galiotte e se afastou da política alviverde. Por emprestar dinheiro do próprio bolso, salvar financeiramente o clube e conquistar dois títulos na sua segunda gestão, o torcedor o vê com mais habilidade para comandar o futebol Caso esse milionário elenco não comece bem 2018, como ocorreu neste ano, conselheiros apontam que grupos menores podem se juntar para lançar uma candidatura