Governo pagou R$ 1 bi para segurados mortos
O INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) registrou, em 2016, um rombo de pelo menos R$ 1,1 bilhão em aposentadorias e pensões pagas a beneficiários mortos —o deficit previdenciário fechou 2016 em R$ 149,73 bi- lhões, o pior patamar desde 1995. A informação faz parte de um relatório elaborado por técnicos do Ministério da Transparência e Controladoria-Geral da União.
Quando um beneficiário morre, os cartórios têm até o dia 10 do mês seguinte para informar ao INSS sobre o óbito. Pelas normas técnicas, após receber a informação, cabe ao órgão suspender o envio do dinheiro ao segurado que morreu.
O problema, segundo os técnicos, é que nem sempre a suspensão dos benefícios é automática.
O INSS pagou benefícios a 101.414 pessoas que constavam como mortos no Sisobi (Sistema Informatizado de Óbito), operado pela Secreta- ria de Previdência Social. Esse mesmo levantamento identificou 1.256 beneficiários cujas mortes tinham sido constatadas em 2005, mas que ainda recebiam benefícios em 2016.
Além disso, há dificuldade para o INSS reaver os valores depois que eles já foram depositados. Do R$ 1,1 bilhão pago a mortos constatado em 2016, apenas R$ 119,1 milhões foram recuperados, o que representa cerca de 10,4% do total.