Gol de mão de Jô faz CBF antecipar árbitro de vídeo
Auxílio eletrônico ao juiz será colocado em prática já na rodada do próximo fim de semana do Brasileiro
O projeto estava parado por economia, mas o gol irregular de Jô fez a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) antecipar algo que só seria colocado em prática na próxima temporada. Já na rodada do final de semana, o Campeonato Brasileiro terá árbitro de vídeo.
A ordem foi dada pelo presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, que tomou a decisão pela repercussão de um erro da arbitragem no último domingo. Com o braço, Jô definiu a vitória por 1 a 0 do Corinthians sobre o Vasco.
O recurso do vídeo ajudaria Elmo Alves Resende Cunha a observar a irregularidade. Poderia também tê-lo feito ver o pênalti cometido por Breno no próprio Jô no primeiro tempo do embate no estádio de Itaquera.
A estimativa é que o custo seja de R$ 30 mil por partida. O valor é considerado alto, porém a comissão de arbitragem recebeu a autorização para agilizar a implementação da novidade.
“Não importa quanto custa”, resumiu o presidente da comissão, Marcos Marinho, que horas antes dizia exatamente o contrário.
Uma reunião será realizada hoje na CBF para definir detalhes da operação. Será decidido, por exemplo, se o VAR (sigla em inglês para árbitro assistente de vídeo) atuará só no Brasileiro ou em outras competições, como a Copa do Brasil, cuja final será realizada na próxima semana.
As diretrizes da Fifa permitem o auxílio eletrônico em quatro casos. Por sugestão do árbitro de vídeo ou por pedido do juiz de campo, as imagens ajudarão a definir casos de gol, pênalti, cartão vermelho ou identidade.
O último item prevê erros como o famoso cartão vermelho aplicado a Gabriel. No Campeonato Paulista deste ano, o volante do Corinthians foi expulso por falta cometida pelo companheiro Maycon em partida contra o Palmeiras. Nem o aviso do quarto árbitro fez Thiago Duarte Peixoto admitir a falha cometida em Itaquera.
Bons e maus exemplos
A experiência já foi e está sendo usada em competições pelo mundo. Houve claros problemas em disputas como o Mundial de Clubes do ano passado e a Copa das Confederações deste ano.
O recurso foi testado também na final do último Campeonato Pernambucano. Péricles Bassols, que tinha sete câmeras à disposição para auxiliar o juiz José Woshington da Silva, levou seis minutos para confirmar a marcação de um pênalti.
No Campeonato Alemão, a agilidade vem sendo bem maior. Nos casos mais claros, a situação tem se resolvido em cerca de 15 segundos. Bem mais próximo da recomendação da Fifa, que é de 20 segundos.