Agora

Luna Park

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Semanas atrás tive a alegria de passar pelo mítico Luna Park. O gigante ginásio de Buenos Aires, que décadas antes da “era das arenas”, já era um espaço multiuso. Foi no Luna Park, no ano de 1935, que milhares de fãs velaram o corpo de Carlos Gardel, ícone imortal do tango, que morreu precocemen­te num acidente aéreo, próximo de Medellín (COL) —assim como o trágico voo da Chapecoens­e.

Durante sua larga história, o ginásio já recebeu nomes como o papa João Paulo 2º, Frank Sinatra, B.B. King e Deep Purple. Em 1989, Diego Maradona se casou no Luna, com a namorada de infância, Claudia Villafañe. Bodas que marcaram época e fizeram a alegria da chamada imprensa do coração, que contabiliz­ou desde convidados até o número de pétalas de flores utilizadas na grandiosa festa do craque.

Em 1938, o Luna Park agregou um feito sinistro ao seu currículo: cerca de 20 mil pessoas foram celebrar a anexação da Áustria pela Alemanha de Adolf Hitler. O ginásio ficou coberto de suásticas e bandeiras nazistas.

Felizmente, foi através do boxe que o Luna Park ganhou notoriedad­e mundial. Entre as décadas de 1940 e 1970, o ginásio serviu de palco para era de ouro do boxe argentino. Em sua lona brilharam os campeões mundiais Carlos Monzón, Nicolino Locche, Pascual Pérez e ainda o genial Oscar “Ringo” Bonavena.

Em outubro de 1970, dois meses antes de encarar Muhammad Ali, no Madison Square Garden, em Nova York (EUA), Ringo Bonavena derrotou Luís Pires, numa quente disputa sobre o ringue do Luna Park. Pires, hoje esquecido, é considerad­o por especialis­tas o melhor peso pesado da história do pugilismo brasileiro, mas isso dá pano pra manga, e é um tema para outra coluna...

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