Conjunto habitacional com obrra parrada é alvo de saques
Condomínio popular deveria ficar pronto no final de 2014. Ladrões furtaram pias, portas e janelas
A paralisação de uma obra que estava prestes a ser concluída motivou criminosos a saquearem apartamentos do conjunto habitacional popular São Francisco do Lajeado, na região de Guaianases (zona leste de SP). Com o furto de vários materiais, mais de 250 famílias terão de esperar ainda mais para poderem ocupar os apartamentos —classificados como habitações de interesse social por meio do programa Minha Casa Minha Vida.
Com orçamento de cerca de R$ 20,3 milhões financiados pelos governos federal e estadual, em parceria administrativa com a entidade Fórum de Cortiços e Sem-Teto de São Paulo, o complexo de 252 apartamentos começou a ser construído em maio de 2012 e deveria ser concluído em dezembro de 2014.
Já com mais de um ano de atraso, a obra teria sido paralisada em fevereiro do ano passado, segundo uma beneficiária. “Faltavam uns 10% para ficar tudo pronto e o prédio ser entregue, mas o local foi invadido e levaram quase todas as portas, janelas, peças de banheiro e até os fios e cabos”, conta ela, que prefere não se identificar por temer represálias. “Dizem que a construtora faliu, mas não quero saber disso. Só sei que estou há mais de dois anos esperando.”
Pintura
Um morador das proximidades, que também não quis se identificar, disse que as obras estão há mais de um ano paradas. “O prédio estava prontinho, praticamente só faltavam a pintura e os moradores. Mas ficou tudo parado e algumas pessoas o invadiram”, lembra ele.
“Sem segurança, não demorou para muita gente ‘depenar’ os apartamentos. Levaram janelas, portas sanfonadas, cabos de cobre e até ralos, pias e privadas.”
Segundo outra moradora, desde a reintegração de posse —ocorrida em 17 de fevereiro deste ano— não houve mais ocupações no prédio. “Mas precisa ter segurança. Essa cerca já foi derrubada três vezes”, diz. “Dizem até que o crime organizado está de olho no prédio e que, por isso, os moradores ainda não receberam as chaves.”