Sem pizza, por favor
O Supremo Tribunal Federal se meteu numa fria quando sua primeira turma, formada por 5 dos 11 ministros, resolveu afastar o senador Aécio Neves (PSDB-MG).
O político tucano, que por pouco não venceu as eleições presidenciais de 2014, sem dúvida está enrolado. Até hoje ele não conseguiu explicar que grana era aquela que recebeu da JBS.
Mas o problema era que não havia certeza se o STF podia tomar uma medida tão séria como essa sem nem mesmo mandar o caso para o exame do Senado.
Muita gente chiou. Uns porque estão preocupados com os abusos: a Justiça tem de punir os corruptos, claro, mas Aécio Neves nem réu ainda é.
Entre os senadores, alguns ficaram com medo de, mais cedo ou mais tarde, passarem pelo mesmo sufoco. Afinal de contas, o que não falta no Congresso é gente investigada.
O STF bancou a punição ao mineiro numa votação apertada, por 3 a 2. Nesta quartafeira, os 11 ministros julgaram se medidas assim precisam do sinal verde do Legislativo (a Câmara dos Deputados ou o Senado, de- pendendo do caso).
Foram mais de dez horas de conversa e outro placar de jogo duro: por 6 a 5, decidiram a favor dos congressistas.
O resultado tem a vantagem de evitar uma briga feia entre os dois lados, que pelo jeito não ia terminar bem para ninguém.
Mas agora seria papel dos deputados e dos senadores tomar providências a respeito de seus colegas enrolados. Ou então vai ficar parecendo, como já está, que a turma só está preocupada mesmo em comer uma boa pizza no fim do dia.