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Sete bairros da zona leste lideram mortes em aassssaall­ttoo

De janeiro e agosto de 2017, na capital, número de vítimas avança 34% e passa de 68 para 91 casos

- (FSP)

Um quarto dos assaltos seguidos de morte estão concentrad­os em 7 dos 96 distritos de São Paulo. Com 9% da população da capital, Guaianases, Itaim Paulista, José Bonifácio, São Mateus, Lajeado, São Miguel e Vila Curuçá respondem por 24% dos latrocínio­s em recorte analisado pela reportagem.

Reportagem do Agora no dia 17 de julho já apontava o maior número de mortes em roubos nos bairros da região.

O levantamen­to da reportagem contempla os casos ocorridos em 12 meses, de julho de 2016 a junho de 2017, retirados do site Transparên­cia da Secretaria da Segurança Pública, da gestão Alckmin (PSDB). A estatístic­a do governo contabiliz­a um total de 138 casos no período. A reportagem, porém, encontrou apenas os dados relativos a 106 —uma das explicaçõe­s é que casos registrado­s inicialmen­te como homicídios podem ter sido depois reclassifi­cados.

Segundo o levantamen­to da reportagem, os latrocínio­s acontecem principalm­ente na rua (60%), mas também em residência­s (15%) e restaurant­es e bares (10%).

Apenas 15% dos latrocínio­s ocorreram no centro expandido. Bairros nobres como Pinheiros, Alto de Pinheiros e Morumbi, na zona oeste, e Moema e Campo Belo, na sul, não apareceram nos dados.

O perfil predominan­te entre as vítimas é de homens acima de 40 anos, casados e com maior grau de instrução. Os mortos em homicídios comuns são mais jovens e com ensino fundamenta­l.

A cada dez mortos em assaltos, um pertence à Polícia Militar. Há uma avaliação entre os policiais de que, se forem descoberto­s pelos criminosos, serão assassinad­os. Por isso, preferem reagir aos assaltos imediatame­nte.

Desarmado

José Reginaldo Barbosa, 66 anos, está nas estatístic­as. Durante um assalto ao seu bar, ele fez um movimento brusco para empurrar a companheir­a para fora do campo de visão dos bandidos. Foi atingido por um tiro no coração. O crime que vitimou Barbosa ocorreu em novembro de 2016, em um modesto bar, repleto de enfeites do Corinthian­s. Conhecido no bairro como “Mala Veia”, ele estava ali havia 33 anos.

“Os mesmos bandidos que mataram o ‘Mala Veia’ fizeram arrastão em três bares naquela noite”, diz Rosângela Filomena da Silva, 50, companheir­a da vítima.

 ?? Marlene Bergamo/Folhapress ?? Rosângela Filomena da Silva, 50 anos, segura a foto de seu ex-companheir­o, José Reginaldo Barbosa, 66 anos morto durante assalto a bar em novembro de 2016; bandidos acharam que ele estava armado
Marlene Bergamo/Folhapress Rosângela Filomena da Silva, 50 anos, segura a foto de seu ex-companheir­o, José Reginaldo Barbosa, 66 anos morto durante assalto a bar em novembro de 2016; bandidos acharam que ele estava armado

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