Chega de mau hálito
Estou convencido de que Maria Paula Gonçalves da Silva, mais conhecida como Magic Paula, deveria assumir a presidência do COB (Comitê Olímpico Brasileiro). Ela reúne todos os atributos para isso: foi uma atleta de ponta, uma das melhores do mundo no basquete, está no Hall da Fama da Federação Internacional, é respeitada no meio, possui preparo intelectual e personalidade forte para peitar os zumbis que dominam as confederações nacionais há séculos. Acima de tudo, ela tem bom hálito.
Podem me chamar de doido, mas creio piamente no julgamento das pessoas a partir dessa peculiaridade. Sou como um perdigueiro, e uso o olfato para traçar um perfil.
É tiro e queda. Cruzei pela primeira vez com Cristina no elevador da faculdade e percebi, de pronto, que se tratava da mulher da minha vida. Levei cinco anos para me aproximar e conseguir o primeiro beijo. Mas a confirmação foi instantânea, então comprei uma rosa de um ambulante, no barzinho, e a pedi em casamento. Ela considerou uma leviandade, devolveu a flor e tivemos a primeira briga. Mas o tempo é senhor da razão, e estamos juntos há 28 anos. O hálito não falha.
Poderia até ser usado pela Polícia Federal para detectar trambiqueiros. Como fazem os cães com a cocaína. Mas a Justiça não aceitaria o mau hálito como prova. Pena.
Eu sentia enjoo quando encontrava o Teixeira, o Marin, toda essa gente. E deu no que deu. Pois agora cheira mal a sucessão no COB. Esses cartolas vão fazer o Nuzman de boi de piranha e manter a estrutura viciada. A mesma que fez Magic Paula largar o cargo de secretária de Esporte de Alto Rendimento após apenas dez meses.
Sonho em ver Paula voltar com plenos poderes. Se ela não resolver, pelo menos trará um hálito de frescor.