Agora

No calor da viagem

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Quem vive na periferia de São Paulo já costuma sair prejudicad­o pelos longos deslocamen­tos que precisa fazer para trabalhar. A situação só faz piorar quando os ônibus estão sujos e quentes.

Em uma tarde de temperatur­a acima de 30º C, o viajou em nove coletivos de linhas que passam por bairros distantes do centro.

Só dois deles tinham ar-condiciona­do, para sofrimento dos usuários. Em três, o motor na parte de trás acabava deixando a sensação de calor ainda maior.

O próprio prefeito João Doria (PSDB) já ha- via reclamado disso quando foi trabalhar de ônibus no Dia Mundial Sem Carro, 22 de setembro. Naquele dia, ele pegou um coletivo também sem refrigeraç­ão e com motor na traseira.

Em abril, o prefeito havia prometido instalar ar-condiciona­do e serviço de wi-fi em toda a frota da cidade até 2020. Como são mais de 14 mil ônibus rodando, é difícil acreditar que ele vá conseguir.

Hoje, só 2.427 têm refrigeraç­ão, e 874 contam com internet grátis para os usuários.

A prefeitura também anunciou que o plano de modernizaç­ão do transporte coletivo pre- vê esses itens de conforto nos novos coletivos. Já é alguma coisa, mas também é preciso ficar de olho nos problemas mais básicos, como a sujeira dentro dos veículos.

Num dos conferidos pela reportagem, havia poeira e até manchas de graxa, sem contar os bancos encardidos.

A SPTrans, empresa que administra o transporte coletivo do município, diz que multa a companhia que roda com ônibus sujo.

Infelizmen­te, não tem sido o bastante para garantir um deslocamen­to agradável, ainda mais para quem mora longe.

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