Agora

Acusações sobre a PM podem levar a 200

Pessoas e empresas acusadas de fraudar licitações da Polícia Militar podem ter desviado R$ 200 mi

- (FSP)

Segundo ele, pagar despesas “corriqueir­as” de vários setores da PM

A Polícia Civil de São Paulo deve pedir nesta semana um total de 200 quebras de sigilo bancário e fiscal entre pessoas e empresas suspeitas de participaç­ão em esquema de desvio de verbas em licitações no comando da PM.

Esse esquema, revelado em reportagem de 2015, era comandado pelo tenentecor­onel José Afonso Adriano Filho, ex-chefe do setor de licitações do comando-geral da Polícia Militar, e pode ter desviado dos cofres públicos R$ 200 milhões entre 2005 e 2012. Adriano, como é conhecido, está preso desde março deste ano.

A quantidade de quebras de sigilo faz desta uma das maiores investigaç­ões da Polícia Civil contra empresas suspeitas de pagamento de propina a agentes públicos, similar à Máfia do ISS, em 2013, quando 40 empresas foram investigad­as.

Agora, estão na mira dos policiais do DPPC (Departamen­to de Polícia de Proteção à Cidadania) 51 empresas, de diferentes segmentos e tamanhos, e seus 139 sócios, contratado­s pelo comandoger­al da PM de 2005 a 2013 —período que abrange gestões Geraldo Alckmin, Cláudio Lembo, José Serra e Alberto Goldman.

Além dos empresário­s, a ex-mulher e dois filhos do tenente-coronel Adriano também devem ter os sigilos quebrados sob a suspeita de lavagem de dinheiro, já que parte dos imóveis comprados pelo oficial com dinheiro supostamen­te desviado está em nome desses parentes.

Os familiares de Adriano, assim como os empresário­s, são investigad­os também por suspeita de formação de quadrilha e fraude em licitação. Esses crimes, em caso de condenação, podem levar os suspeitos à cadeia.

Policiais ouvidos afirmam que esse pode ser um dos motivos que levaram Adriano a buscar acordo (ainda não concretiza­do) de delação premiada com a Promotoria.

Esse inquérito inclui PMs supostamen­te envolvidos com Adriano. As suspeitas contra praças e oficiais são apuradas pela Corregedor­ia e estão na Justiça Militar.

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Guilherme Seto/Folhapress

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