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Senado derruba decisão do STF e Aécio retoma

Por 44 votos a 26, senadores rejeitam afastar senador tucano da Casa; 10 faltaram à sessão

- (FSP)

O Senado decidiu ontem revogar as medidas cautelares impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a Aécio Neves (PSDB-MG).

Entre os 71 senadores presentes, 44 votaram para derrubar toda a determinaç­ão judicial e 26 para mantê-la.

O único dos presentes a não votar foi o presidente da Casa, Eunício Oliveira (PMDBCE), que só participa em caso de empate.

Aécio estava afastado das atividades parlamenta­res e proibido de deixar sua residência à noite desde o fim de setembro. Também havia sido obrigado a entregar o passaporte ao STF, não podia deixar o país nem contatar qualquer outro investigad­o ou réu na ação contra ele.

Houve uma única votação, que derrubou todas essas medidas de uma só vez. A decisão do Senado será encaminhad­a ao STF, que fará uma comunicaçã­o a Aécio para que ele possa reassumir o mandato. Por estar afastado, o tucano não apareceu à votação em plenário.

Acusação

Gravado por Joesley Batista, da JBS, pedindo R$ 2 milhões, o senador foi denunciado por obstrução de Justiça e corrupção passiva.

Diante da possibilid­ade de não haver votos necessário­s para reverter a decisão da Justiça, chegou-se a discutir o adiamento do caso, mas a leitura de tucanos foi de que com o passar do tempo a situação se agravaria.

Nos últimos dias, Aécio recebeu visitas de senadores do PSDB e fez ligações a aliados para monitorar a disposição de reverter as determinaç­ões do STF. Logo após a divulgação do resultado, disparou telefonema­s a aliados agradecend­o o apoio.

Horas antes do início da votação, fez um apelo aos seus colegas ao enviar uma carta a todos os senadores pedindo uma chance para se defender das acusações. Disse enfrentar uma trama “ardilosame­nte construída”.

O gesto ocorre um dia depois de o presidente Michel Temer enviar carta a deputados pedindo que sua denúncia seja barrada na Câmara.

A sessão desta terça se deu em um claro tom de constrangi­mento. Lideranças do PT evitaram subir à tribuna para fazer críticas ao tucano. Por parte do PSDB, não houve grandes manifestaç­ões de apoio pessoal a Aécio.

Pesa na Casa o fato de dezenas dos senadores serem alvo de investigaç­ões e denúncias na Lava Jato.

A votação foi aberta por determinaç­ão do STF. Nos bastidores, parlamenta­res chegaram a cogitar a possibilid­ade de fazer votação secreta, o que diminuiria o constrangi­mento dos votos contrários à determinaç­ão da Justiça.

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