Agora

Após 5 meses, atendiment­o na cracolândi­a tem falhas

Faltam limpeza e vagas em unidades para viciados em crack. ‘Fluxo’ nas ruas continua

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Os pontos de atendiment­o montados pela Prefeitura de São Paulo e pelo governo estadual estão funcionand­o na cracolândi­a (região central) cinco meses após a operação policial mais recente, mas a infraestru­tura é cada vez mais precária. Faltam manutenção, limpeza e vagas para quem pretende pernoitar nas tendas da prefeitura.

Entre policiais e agentes de saúde, a sensação é de que nada mudou nos últimos meses, desde que o prefeito João Doria (PSDB) anunciou o fim da cracolândi­a. Atualmente, os viciados ficam na rua Cleveland, entre a praça Júlio Prestes e a rua Helvétia. Duas vezes ao dia, quando a prefeitura faz a limpeza do local, o “fluxo”, como é chamada a concentraç­ão de usuários de drogas, se desloca para o centro da praça. Aparenteme­nte, o número de usuários não diminuiu em relação a cinco meses atrás.

Não faltam policiais militares, GCMs (guardas-civis metropolit­anos) e agentes de saúde nas ruas da região. Da mesma maneira, também há muitos traficante­s que abastecem livremente o “fluxo”. Os cachimbos são acesos de forma frenética, à luz do dia, diante de agentes da lei.

Na última segunda-feira, o Agora entrou em quatro de cinco equipament­os de apoio a usuários, três da prefeitura e um do governo Geraldo Alckmin (PSDB), e encontrou falhas de estrutura. Os banheiros, por exemplo, estão abandonado­s em todos.

Há torneiras quebradas e Vasos sanitários e pias entupidos. Na tenda do Atende 1, o mictório está coberto por plástico preto. O serviço tem o objetivo de fazer o primeiro atendiment­o dos usuários de crack. Na maioria, não havia papel higiênico e sabonete para lavar as mãos. Paredes e pisos estavam sujos de fezes e urina. No Atende 3, o portão estava fechado, viciados estavam do lado de fora, e não foi possível entrar. Funcionári­os dizem que o número de atendiment­os é limitado, inferior à procura.

 ?? Fotos Robson Ventura/Folhapress ?? Dependente­s de crack na rua Cleveland, na região central de São Paulo, um dos pontos de concentraç­ão dos viciados; eles usam a droga de dia, diante de policiais militares, guardas-civis e agentes de saúde
Fotos Robson Ventura/Folhapress Dependente­s de crack na rua Cleveland, na região central de São Paulo, um dos pontos de concentraç­ão dos viciados; eles usam a droga de dia, diante de policiais militares, guardas-civis e agentes de saúde

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