Tucanos ‘de esquerda’ criticam elo com MBL
Com o objetivo declarado de manter as raízes do PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), o movimento “Esquerda Pra Valer”, criado em 2004, evidencia a divisão do partido, com críticas frequentes ao MBL (Movimento Brasil Livre), à gestão João Doria na capital paulista, às reformas do governo Michel Temer e ao impeachment de Dilma Rousseff.
O grupo tem maioria acima de 40 anos e está em 12 Estados, com 160 lideranças ativas e 5.000 militantes nas redes sociais.
O ex-governador Alberto Goldman —desafeto de Doria—, os deputados federais Mara Gabrilli e Floriano Pesaro e o estadual Marco Vinholi são alguns dos nomes que defendem o movimento.
O vice-prefeito Bruno Covas participou do grupo de 2007 a 2014, chegando a ser presidente de honra, enquanto era também membro da juventude tucana. O expresidente Fernando Henri- que Cardoso foi a diversos eventos, assim como o governador Geraldo Alckmin, que tem apoio da ala na campanha à Presidência.
Para Fernando Guimarães, coordenador do grupo, a candidatura de Doria à Prefeitura de São Paulo foi um erro, pois faltou diálogo com a população ao propor as privatizações.
Após as manifestações de 2013 e o impeachment de Dilma, o MBL se aproxima do partido. O estudante Dozine- te Beck diz que o movimento não está de acordo com os ideais do PSDB.
“É um grupo composto por liberais, clássicos e neoliberais. Isso é, direitistas. Não comungam com os valores da social-democracia”, diz.
Segundo Guimarães, falta critério na seleção de novos militantes, e isso se reflete no perfil de parlamentares que migraram ao partido.
Doria não quis comentar. O MBL diz que o movimento “não é relevante”.