Pastor teve de assinar doação
Após o Ministério Público ter aberto um inquérito para investigar a instalação de uma sala de cinema na Cadeia Pública José Frederico Marques, onde estão detidos o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB) e outros presos ligados à Operação Lava Jato no Rio, um pastor que teria cedido os aparelhos disse que ele e uma missionária foram convencidos pelo político a assinarem um termo de doação de eletrônicos para a penitenciária.
Em nota divulgada nas redes sociais, o pastor Carlos Alberto de Assis Serejo, da Igreja Batista do Méier, e seu advogado Heckel Garcez Rodrigues Ribeiro disseram que o religioso e a missionária Clotilde de Moraes se reuniram com o ex-governador na biblioteca do presídio, quando o próprio Cabral pediu que eles assinassem um termo de uma doação que não existiu, porque o equipamento já se encontrava na penitenciária.
Segundo a Seap (Secretaria de Administração Penitenciária), a doação do equipamento foi assinada por Serejo, pelo pastor Cesar Dias de Carvalho e pela missionária.
A defesa de Cabral diz que a denúncia é falsa e trata-se de um “boato”.
A sala de cinema teria, entre outros, uma TV de LED de 65 polegadas, avaliada por R$ 9 mil, além de home theater, DVD e quase 150 filmes. O equipamento foi doado a um orfanato do Rio após a denúncia.
O controle da cinemateca seria feito por outro preso na Operação Lava Jato, Wilson Carlos Carvalho, ex-secretário de Governo de Cabral.