Pulverizado, centro-direita abre espaço para extremos
A pulverização de nomes na centro-direita para a eleição de 2018 abre espaço para direita e esquerda e preocupa agentes políticos e econômicos, pois o cenário nebuloso acabou criando uma espécie de “centro expandido”, com Geraldo Alckmin (PSDB), João Doria (PSDB), Henrique Meirelles (PSD) e figuras alternativas como Luciano Huck nas especulações.
Além deles, nomes de baixa densidade partidária devem engrossar o pelotão, como Alvaro Dias (PV) e João Amoêdo (Partido Novo).
Mais à esquerda, há Mari- na Silva (Rede), que pode convencer parte do eleitorado mais centrista.
“Haverá uma decantação do processo”, avalia o sociólogo Antonio Lavareda.
O cenário atual decorre de dois fatores. Primeiro, a cristalização nas pesquisas dos extremos nas figuras de Lula (PT, à esquerda) e Jair Bolsonaro (PSC, à direita). Segundo, não há um nome francamente favorito no centro.
“É imperativo para a centro-direita uma coordenação prévia”, diz Rafael Cortez, da consultoria Tendências.
Foi isso o que propôs o prefeito paulistano João Do- ria, ao defender uma frente de partidos de centro.
No raciocínio exposto por Doria, é preciso uma união das siglas ao centro contra a força dos extremos Lula e Bolsonaro.
O fator “novo” é representado pelo apresentador de TV Luciano Huck no grupo, já que ele pontua na casa dos 5%. Mas há dúvidas sobre a viabilidade dele por inexperiência total.
Ricardo Sennes, da Prospectiva, vê Alckmin com vantagem. “Ele não será um reformador radical. Propostas muito liberais têm só uma ruela a percorrer”.