Agora

O tal DNA ofensivo

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Ao assumir o Santos na reta final do Brasileiro, Elano prometeu resgatar o DNA ofensivo do qual a torcida tanto se orgulha. É claro que o interino não inventou a roda ou uma estratégia genial em apenas uma semana, mas, fazendo o básico, já ganhou a torcida. O ex-jogador do Peixe posicionou as linhas mais adiantadas para recuperar a bola rapidament­e e sufocar o Galo. Deu certo. Com exceção de Bruno Henrique, ninguém foi brilhante, mas o time teve conjunto. Foram 14 finalizaçõ­es contra apenas seis do último jogo, contra o São Paulo, que determinou a queda de Levir Culpi. Se Ricardo Oliveira estivesse inspirado, o Santos poderia ter vencido com tranquilid­ade até maior. Com o ataque engrenando, Elano agora precisa corrigir erros defensivos. Caju foi uma avenida ontem.

Com direito a “olé” no final do jogo na Vila Belmiro, o Santos provou que a briga pelo título do Brasileirã­o não se resume a Corinthian­s e Palmeiras ao bater o Atléti- co-MG por 3 a 1 e encurtar para três pontos a vantagem do Timão na liderança. Se o Verdão não vencer o Dérbi, o Peixe manterá a segunda colocação, conquistad­a ontem.

No primeiro jogo após a queda de Levir Culpi, o time, agora sob o comando do interino Elano, mostrou volume e criou chances para fazer até mais do que três gols. Ricardo Oliveira, por exemplo, perdeu duas oportunida­des claras antes de fechar o placar. Foram 14 finalizaçõ­es contra o gol de Victor. Na derrota para o São Paulo, que determinou a troca de comando, o Santos chutou só seis vezes (duas no alvo).

A primeira conclusão, logo aos 3min —um petardo cruzado de Bruno Henrique—, escancarou que o Santos estava a fim de provar que segue na briga pelo título.

Mostrou também quem seria o nome do jogo. Se Robinho tem o apelido de Rei do Drible, ontem quem mereceu a coroa foi o atrevido camisa 27. Pela direita ou pela esquerda, Bruno Henrique deixou marcadores no chão, aplicou chapéu e deu duas assistênci­as. A primeira, no final da etapa inicial, um cruzamento na medida para Arthur Gomes balançar a rede pela primeira vez na carreira. O prata da casa, de 19 anos, estreava como titular.

Com a vantagem mínima, o Peixe parou de ocupar o campo de ataque no segundo tempo e levou o castigo no começo, quando Robinho achou a cabeça de Fred.

Parecia que o caldo entornaria. Com exceção de Bruno Henrique, o time esmoreceu e passou a errar passes. Mas vacilo maior deu o atleticano Adilson, que deixou David Braz subir livre e cabecear fora do alcance de Victor.

De novo na frente, o Alvinegro Praiano recuou e por pouco não levou o empate. Robinho e Leonardo Silva acertaram a trave esquerda de Vanderlei entre os minutos 33 e 34. Logo em seguida, veio o alívio: Bruno Henrique deixou Luan falando sozinho e cruzou para Ricardo Oliveira definir a vitória.

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