Capital investiga 10 casos de febre amarela em humanos
Suspeita recai sobre pacientes que moram ou estiveram na zona norte, região foco do combate à doença
A Secretaria da Saúde da gestão João Doria (PSDB) apura se dez pacientes de São Paulo estão com febre amarela. Em outros quatro casos, a suspeita da doença foi descartada em exames médicos. Estes 14 casos foram notificados às autoridades no mês passado. Até ontem, a cidade não tinha nenhum caso confirmado da doença em humanos.
Todos os pacientes estiveram na zona norte nos 15 dias anteriores à notificação da suspeita. Em um dos casos, diz a secretaria, a contaminação pode ter vindo de fora, pois a pessoa retornou de viagem recente à África. Não foi informado para qual país o paciente viajou.
O secretário da Saúde da gestão Doria, Wilson Pollara, afirmou ontem à rádio CBN que a possibilidade de febre amarela em nove desses dez casos é “remota”. Segundo ele, em quatro deles já foi constatado que não havia a presença do vírus.
A área técnica da secretaria diz que prefere tratar todos os dez casos, ainda, como “em investigação”.
O secretário disse, ainda, que o risco de alguém pegar febre amarela é quase nulo se não mora ou não tenha ido para a zona norte.
Segundo a coordenadora do núcleo de doenças transmitidas por vetores e outras zoonoses da Secretaria de Saúde, Vivian Ailt, todas as suspeitas são notificadas. “Como os sintomas são mui- to simples, febre e dor no corpo, geralmente a circunstância também é levada em conta para tratar um caso como suspeito”, afirma.
Macacos
A zona norte se tornou o principal foco de preocupação com a febre amarela na cidade após as primeiras suspeitas de mortes de macacos pela doença —três foram confirmadas, duas delas no parque Anhanguera e uma no Horto Florestal. Por precaução, 12 parques foram fechados na região (veja quadro ao lado).
Outras 19 mortes de macacos são investigadas, em várias regiões da cidade. Todos os casos citados são de febre amarela silvestre (transmitida por mosquitos Haemagogus e Sabethes). Não há casos urbanos da doença (transmitidas pelo Aedes aegypti) no país desde 1942.